Enquanto os governantes eram corruptos e acumulavam fortunas imensas, seguras no estrangeiro, é claro que era o povo quem estava pagando por isso. A falta de educação, de saúde, o desemprego e a pobreza mantiveram por muito tempo grande parte da população em níveis precários, chegando à miséria extrema. O privilégio de alguns e o favoritismo de outros fecharam a porta para a maioria da população em todos os meios de ascensão econômica e social.
Porém, sem a midiatização jamais teríamos ficado sabendo desses fatos que já aconteceram inúmeras vezes ao longo da história. Os sistemas rígidos de censura estão sendo expostos e desmantelados pelo povo. O povo, por sua vez, tem se munido e se unido através da tecnologia. Hoje é muito difícil alguma coisa passar despercebida e é praticamente impossível um governo submeter a sociedade inteira a massacres e estes passarem ilesos, como antigamente. Com as redes sociais, pessoas que possuem o mesmo ideal, mesmo perfil, e mesma militância se encontraram, trocaram idéias, experiências e essa revolução começou internamente nessas pessoas.
A capacidade das redes sociais de organizar um protesto praticamente do dia para a noite e de envolver pessoas com crenças similares mudou completamente a natureza da resistência política e das revoluções. Os governos tiveram uma prova disso ao se depararem com pessoas dispostas e prontas para tomar as ruas e protestar. As redes sociais tiveram um papel essencial nisso tudo, proporcionando nada mais nada menos do que liberdade de expressão para tantas pessoas que já nem sabiam que isso existia.
A primeira revolução árabe do século 21 aconteceu na Tunísia no dia 14 de janeiro e, embora muitos a descrevam como "Revolução do Twitter" ou "Revolução do Facebook", foi a ação real do ser humano que tomou as ruas e desafiou com muita coragem e originalidade um regime ditador com 23 anos no poder. O vídeo abaixo mostra uma pequena parte do registro deste dia que resultou na fuga do ditador Zine El Abidine Ben Ali.
E você, o que pensa de tudo isso?
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